Olá Pessoal !
Mesmo não postando há algum tempo, não parei de navegar na internet para descobrir novidades e novos pontos de vista sobre velhos assuntos.
Pesquisando sobre Haile Gebrselassie, o recordista mundial de maratona, descobri um vídeo com uma canção homenageando os atletas da Etiópia. O cantor, também etíope, chama-se Teddy Afro.
No vídeo, temos emocionantes cenas dos melhores corredores da Etiópia que subiram no lugar mais alto do tão sonhado e desejado pódium olímpico; entre eles, os famosos Abebe Bikila, Haile Gebrselassie, Kenenisa Bekele e o pouco conhecido Sileshi Sihine. Também há cenas do povo etíope nos seus momentos de alegria, tendo como fundo musical uma canção em ritmo de reggae local.
Entusiasmado, resolvi pesquisar mais detalhadamente o assunto.
Teddy Afro
Teddy Afro, cujo nome real é Tewodros Kassahul, é uma sensação da música etíope e um dos cantores e compositores de maior sucesso da Etiópia nos últimos tempos. Seu sucesso musical tem sido creditado a poderosas mensagens transmitidas através de suas músicas. Teddy foi capaz de romper fronteiras artísticas anteriormente intocadas. Ele tem sido comparado a Bob Marley, lenda do reggae jamaicano, em parte devido a sua capacidade de trazer uma paz espiritual, e a presença rítmica para seus ouvintes. Também é conhecido por seu trabalho com outros jovens artistas, inspirando toda a Etiópia.
Amharic music - Tedy Afro - Anbessa
Como podemos observar, em várias partes do vídeo é exibida a escrita etíope.
A escrita etíope, utilizada desde o séc.IV DC., desviou-se sensivelmente da escrita do sul da Arábia, donde é proveniente. Com efeito, não só a forma e o número de letras se modificaram, como também o sentido da escrita - provavelmente por influência grega - que se dirige da esquerda para a direita.
A escrita etíope é silábica, em que cada símbolo representa uma combinação de sons de consoantes e vogais. Assim, há um símbolo para ba, um outro para be, bi, bu, ka, ta, ma e assim por diante. O birmanês é semelhante à escrita silábica.
"Corrida também é cultura"
Abebe Bikila
Abebe Bikila (7 de agosto de 1932 - 25 de outubro de 1973), foi o primeiro negro africano da história a ganhar uma medalha de ouro nas Olimpíadas e o primeiro homem a vencer duas maratonas olímpicas e é considerado por muitos especialistas como o maior maratonista de todos os tempos.
Abebe Bikila nasceu no mesmo dia da abertura dos Jogos Olímpicos de Los Angeles de 1932, na pequena vila de Jato, cerca de oito quilômetros distante da cidade de Mendida, na Etiópia. Filho de um humilde pastor, resolveu entrar para a Guarda Imperial do imperador etíope Hailé Selassié, para ajudar a melhorar as condições de vida da família.
No exército, acabou chamando a atenção do técnico Onni Niskanen, um sueco-finlândes, contratado pelo governo para descobrir e treinar atletas em potencial, começando a praticar o atletismo apenas aos 24 anos de idade.
Em 1960, Bikila foi incluído na equipe de atletismo apenas no último momento, quando o avião já se preparava para partir para Roma, no lugar de outro atleta, Wami Biratu, que havia quebrado o tornozelo durante uma partida de futebol. Niskanen resolveu inscrever Bikila e Mamo Wolde na disputa da maratona.
A Adidas, patrocinadora oficial dos Jogos Olímpicos de 1960, tinha apenas poucos pares disponíveis quando Bikila foi experimentar um deles para usar na corrida. Nenhum deles o deixava confortável e ele então resolveu correr descalço, a mesma maneira como sempre tinha treinado.
Correndo descalço pelas ruas de Roma, Bikila completou a prova com o tempo de 2:15:16, recorde mundial. A prova contou com 69 participantes e pela primeira vez foi disputada à noite, com guardas italianos segurando tochas ao longo do caminho.
Bikila voltou à Etiópia como herói nacional. No ditado popular, a frase mais falada na época era que 'foram necessários um milhão de soldados italianos para invadir a Etiópia, mas apenas um soldado etíope para conquistar Roma'. Ele foi promovido a cabo e condecorado pelo imperador Haile Selassie.
Quarenta dias antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio, durante um treino perto da capital, Bikila começou a sentir fortes dores e teve um colapso ao tentar continuar correndo. Levado ao hospital, foi diagnosticado com apendicite aguda. Operado, ainda em seu período prescrito de convalescência, voltou a fazer pequenas corridas noturnas nos jardins do hospital.
Bikila foi para Tóquio sem previsão oficial de participar da maratona. Entretanto ele entrou na prova, desta vez calçado, por exigência dos organizadores, e adotou a mesma estratégia de 1960, mantendo-se junto o primeiro bloco de corredores até a metade da prova, quando começou a forçar o ritmo. Poucos quilômetros depois tinha a companhia de apenas mais dois corredores, um deles o australiano Ron Clarke, então recordista mundial dos 10000 m, que havia ganho uma medalha de bronze nesta prova alguns dias antes.
Bikila entrou de volta no estádio olímpico sob a vibração de setenta mil espectadores, com quatro minutos de vantagem para o segundo colocado. Basil Heatley, da Grã-Bretanha, e estabelecendo novamente o recorde mundial da maratona, com o tempo de 2:12.12, tornando-se o primeiro homem na história a vencer por duas vezes a maratona olímpica.
Para surpresa dos espectadores, após a corrida ele começou a fazer exercícios de alongamento no gramado central do estádio sem parecer cansado, declarando depois que achava poder correr ainda mais uns dez quilômetros.
Bikila retornou novamente como herói nacional à Etiópia e foi novamente promovido pelo Imperador, ganhando de presente um carro próprio, um fusca.
Em 1969, Bikila sofreu um acidente com o carro que ganhou do governo durante manifestações civis na capital, perdendo o controle e capotando num barranco. Retirado com vida, entretanto, o acidente lhe deixou paralítico, confinado a uma cadeira de rodas, mesmo depois de operado na Inglaterra.
Convidado oficial do COI para assistir os Jogos Olímpicos de 1972, em Munique, Bikila viu fracassar a tentativa de Wolde de se igualar a ele com uma segunda medalha de ouro. Wolde chegou em terceiro, conquistando o bronze, e o vencedor, o norte-americano Frank Shorter, após a premiação se dirigiu a Bikila para cumprimentá-lo.
Abebe Bikila morreu aos 41 anos, em 23 de outubro de 1973, de hemorragia cerebral, complicação neurológica decorrente de seu acidente quatro anos atrás. Uma multidão de 75 mil pessoas acompanhou o enterro de seu herói nacional e o Imperador Selassie declarou um dia de luto oficial na Etiópia.
Fonte: Wikipédia
Ligações externas
Página Oficial do cantor Teddy Afro
Artigo sobre Teddy Afro
Artigo sobre a Etiópia
Artigo sobre Abebe Bikila
Artigo sobre Haile Gebrselassie
Artigo sobre Kenenisa Bekele
Artigo sobre Sileshi Sihine
Concordo. Corrida também é cultura, tanto para nós quanto para os africanos, que também a têm e é muito rica. O que falta é conhecê-la. E para isso, iniciativas como esta do Marcos colaborarão para diminuir o preconceito e motivar-nos a aprender sempre mais.
ResponderExcluirOlá amigo Pinguim, estava sentindo falta das suas postagens.
ResponderExcluirEsta é muito boa.
Já havia visto parte dela no meu orkut e acabei de ler ela na íntegra.
Valeu amigo.
Abraço.
tutta³³
www.correndocorridas.blogspot.com
Olá Pinguim. Boa essa de pequenos registros culturais. Passeie também pela América do Sul que parece será muito falada em 2010 pelos maratonistas, já que além de nós, o Hideaki, o Ésio, Júlio Cordeiro e outros vão tentar fazer algumas provas sulamericanas esse ano. A meia de Bogotá, em 01 de agosto, é uma das maiores do mundo. Largaram lá em 2009, 44 mil corredores e corredoras. Um grande abraço. Miguel Delgado.
ResponderExcluirOI MEU AMIGÂO,OCE È INTELIGENTI DIMAIS;
ResponderExcluirOI MEU AMIGÃO,OCE È GENTI BOA DIMAIS;
OI MEU AMIGÂO,OCE ISCREVI ASSUNTO IMPORTANTI DIMAIS;
OI MEU AMIGÃO,OCE È DEZ .FICA COM DEUS;
Mestre Pinguim uma justa e merecida homenagem a estes grandes atletas da Etiópia, em que muitos sofreram para estar agora arrebentando nas corridas...Realmente vc disse uma coisa muito certo
ResponderExcluir"Correr também é cultura"
Quando puder visite o site www.ultramaratonas.com.br foi lançada mais duas ultras no Brasil uma será aqui no Rio e a outra no Pico da Bandeira.
Os vídeos postados aqui ficaram sensacional.
Um abraço, que Deus te abençoe e boas corridas.
Jorge Cerqueira
www.jmaratona.blogspot.com
Grande Pinguim,
ResponderExcluirótima matéria, realmente é preciso resgatar a história do esporte, e assim acabamos conhecendo muitas coisas interessantes.
É preciso divulgar as estórias pessoais de tantos atletas, de tantos lugares, pois hoje com esta popularização da corrida, como esporte, estamos no momento certo de prestarmos as devidas homenagens.
Um forte abraço, e nos vemos pelas Maratonas de 2.010.
Lourenço Lana. RIO DE JANEIRO.
Oi Pinguim li e assisti os vídeo,bela postagem atletismo também e cultura,um abração do panga
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