sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Maratón del Bicentenario - Asunción - Paraguay

Texto, fotos e vídeos de Marcos Viana "Pinguim"
Prefácio

Minha linha fotográfica atualmente esta voltada prioritariamente a cobertura jornalística mas também dedico a devida atenção para os meus fieis clientes, durante esses mais de 8 anos trabalhando para Contra Relógio, após fazer a cobertura fotográfica "correndo todo o percurso" de 19 maratonas, 3 ultramaratonas e centenas de corridas de menor distância, e que me mantiveram todo esse tempo entusiasmado em fazer as melhores fotos para revista, resolvi levar toda essa minha experiência adquirida no nosso Brasil para "plus ultra" ou seja para "mais além".

Inicio assim minha carreira internacional, "antes tarde do que nunca" e "antes perto do que longe".

Porque escolhi Assunção

Achei uma atitude inteligente colaborar com o surgimento de uma maratona anual em Assunção, que vem consolidar o grande potencial turístico do Mercosul, é ótima a idéia de todos os países da região ter sua maratona, bom para todos os atletas da região pois é mais uma opção econômica de se fazer uma maratona internacional sem gastar muito dinheiro e tempo, Assunção tem a vantagem de ter a Maratona fora do Brasil mais perto do super eixo Rio-São Paulo-Minas, onde se localiza mais de 50% dos maratonistas do país.

É claro que além da menor distância física também existe o importante fator da menor distância cultural, além do paraguaio falar o espanhol que é um idioma muito próximo do nosso, temos a comodidade de muitos paraguaios falarem bem o português principalmente os profissionais do setor hoteleiro e de compras que estão pra lá de habituados a receber turistas brasileiros.

Viajando para Assunção

Resolvi viajar de ônibus para Assunção pois queria conhecer as estradas e o interior do Paraguai, comprei passagem no Terminal Rodoviário Tietê, viajei pela viação Pluma, embarquei no dia 5 de agosto as 18:30 horas, no momento era o único horário disponível, só sai um ônibus por dia dessa viação para Assunção.

Na manhã do dia 6 já estava atravessando a famosa Ponte da Amizade na divisa do município brasileiro de Foz de Iguaçu e do município paraguaio de Ciudad del Este, onde resolvi fazer minhas primeiras fotos.

Aqui podemos ver pintado na ponte a divisa feita pelo "homem" entre o Brasil (esquerda) e o Paraguai (direita), tendo ao fundo o imponente rio Paraná.

Primeira visão de Ciudad del Leste.

Ciudad del Leste esta situada no extremo leste do país, a cidade foi fundada em 1957 com nome de Puerto Flor de Lís. Renomeada de Puerto Stroessner no período da ditadura paraguaia. Ganhou o nome atual após a queda do regime ditatorial do general Alfredo Stroessner.

É a terceira maior zona de livre comércio do mundo, depois de Miami e Hong Kong. A economia da cidade, como a economia do Paraguai, dependente fortemente do comércio com o Brasil, embora a economia também se diversificou em outras áreas, especialmente no agronegócio, em Ciudad del Este estão estabelecidas as maiores empresas agrícolas do Paraguai.

Aqui podemos perceber o intenso movimento de veículos na região.


Ela é chamada de "Ciudad Jardín" pela bela vegetação da área urbana, embora o crescimento da cidade tenha vindo a diminuir suas áreas verdes.




Logo após atravessar a ponte troquei meus reais por guaranis, vendi cada real por 2.580 guaranis, fazendo assim bom negócio pois a cotação estava variando entre 2.300 a 2.600 guaranis, esta nota exibida na foto estava valendo aproximadamente R$40,00.

Fiz vários amigos durante a viagem todos nascidos no Paraguai.

Pedro Sartorio com sua namorada que não me recordo o nome, veio morar no Brasil ainda quando era criança, me deu várias dicas e ainda me indicou o cambista camarada.
Gilberto e sua esposa.
Christian que lembra um pouco o nosso famoso jogador Ronaldinho.

O caminho principal que liga Ciudad del Leste com a capital Assunção é dividida em duas estradas, a Ruta 7 com extensão de 193 km que liga Ciudad del Leste até Coronel Oviedo e a Ruta 2 com extensão de 132 km que liga Coronel Oviedo até a capital Assunção.

A marca brasileira Brahma esta presente em praticamente todos os estabelecimentos comercias da região.
Uma peculiaridade das Rutas 7 e 2 é a grande quantidade de animais na beira da estrada.
Também vi uma grande quantidade de cruzes na beira da estrada.
Os típicos taxis verdes de Caaguazú.
E vários postos da Petrobras.

Na parada para almoçar aproveitei para bater uma foto da "espaçonave" em que viajava.

Esta é a maior chiperia do caminho, as vendedoras entram no ônibus para vender as chipas, semelhante ao pão de queijo mineiro, eu aproveitei para comer uma.
Aqui esta eu depois de 22 horas de viagem chegando em Assunção, ainda peguei um pouco de trânsito na periferia, até chegar na rodoviária exatamente 23 horas depois, no meu relógio marcava 17:30, mas devido ter viajado cerca de 1320 km para ocidente "quase " em linha reta ganhei uma hora, o fuso horário de Assunção e de todo o Paraguai tem uma hora a menos que o de Brasilia, apesar que se eu continuasse viajando mais para o ocidente em menos de uma hora atravessaria a fronteira do Paraguai com província Argentina de Formosa que segue o horário de Buenos Aires que por curiosidade tem o mesmo horário de Brasília, deveriam mudar o nome do fuso horário para "confuso" horário (risos).

Da rodoviária pequei um ônibus urbano para chegar no centro histórico mais precisamente na Praça Uruguaya, onde se localiza o antigo Ferrocarril (uma das primeiras estações ferroviarias da América do Sul), local onde estava ocorrendo a "Expo Maratón", logo encontro a lendária e viajada Equipe Baleias, aqui na foto vemos o chefe supremo da equipe o famoso Dom Miguel Delgado, pousando de Marechal Francisco Solano Lopez.



Aqui vemos o animador da Expo Maratón, o maratonista norte-americano John 'Maddog' Wallace's que correu 108 maratonas em 108 países diferentes e a organizadora da maratona Myrta Doldán.

Myrta Doldán e o recordista brasileiro em participações de maratona Edson Sanches, ele disse que fez em Assunção sua 564ª maratona.

Aqui vemos um dos maratonistas estrangeiros dançando com uma das modelos locais.


Miguel Delgado dançando com a organizadora Myrta Doldán e o maratonista Edson Sanches dançando com uma modelo.


John 'Maddog' Wallace's dançando com uma das modelos.

Parte dos atletas estrangeiros que estavam partipando da dança de confraternização com os organizadores.
Um dos vários grupos de dança folclórica do Paraguai que se apresentaram na Expo Maratón.


Depois fui dormir no Hotel Chaco, na manhã do dia 7 de agosto, acordei com a vista panorâmica de Assunção, aproveitei para fazer várias fotos que foram tiradas da sacada do quarto onde estava hospedado, no sétimo andar.




Voltei na Expo Maratón onde encontrei o amigo Pedro Sartorio, que viajou no mesmo ônibus de São Paulo para Assunção, ele foi pegar o kit para correr a Meia-Maratona, aproveitei e pedi para ele bater algumas fotos.

A entrega dos kits estava super organizada, resolvi tirar algumas fotos para comprovar.





Os atletas inscritos tiveram direito de fazer um Tour pala cidade de Assunção, monitorado pelo guia turístico Víctor Cáceres que também ficou meu amigo, o ônibus nos aguardava em frente ao Ferrocarril, que como havia dito era o local da Expo Maratón.
Logo na primeira parada do Tour encontro um pequeno morcego que devia estar machucado, resolvi tirar ele da calçada pois poderia ser pisoteado, mostrei para todos os companheiros do passeio e deixei ele debaixo de uma árvore no meio de uma grande praça, afinal para a natureza não existe "fronteiras".
Na foto, o maratonista Miguel Delgado, as ultramaratonistas Maria das Graças e Maria José, eu e meu amigo Morcego que estava protegido dentro da bolsa da minha câmera fotográfica que estava sendo usada para tirar essa foto.
"La Catedral Metropolitana de Asunción, uno de los siete tesoros de la ciudad"
Encontramos um raro Citroën 2CV, o mais mítico modelo fabricado pela marca francesa, circulando tranquilamente pelo centro histórico de Assunção.

Deixei o morcego neste local, afinal quem não gosta de "sombra e água fresca", depois dessa o "Batman" tem que fazer as pazes com o "Pinguim" (risos).

Logo em seguida tirei fotos da grande obra feita pelo engenheiro e escultor paraguaio Hermann Guggiari.




Maria das Graças e Maria José não perderam a oportunidade de serem fotografadas em frente da significativa obra.
Maria das Graças e outros atletas-turistas aproveitaram para comprar algumas peças do artesanato local.

Enquanto isso eu aproveitei o tempo para fotografar a grande quantidade de prédios históricos em bom estado de conservação, um belo exemplo para ser seguido pelas "grandiosas" e "orgulhosas" prefeituras das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro que deixam muito a desejar neste quesito, pois dinheiro com certeza não falta devida a gigantesca arrecadação de impostos, falta é por a mão na massa, mas vou deixar esse assunto para um futuro "artigo".




A foto oficial dos atletas turistas foi tirada entre a Baía de Assunção e o famoso Palacio de los López.
Pelo menos uma foto da Baía de Assunção eu tenho que mostrar, é claro que existem melhores locais para fotografar a baía, que irei procurar numa próxima oportunidade, porém o lugar que estavamos é ideal para fotografar o Palacio de los López, fiz questão de fazer mais uma dessa vez sem os turistas, uma pequena observação, essa é a parte de traz do palácio.
Veja uma apresentação do "Ballet Folclórico de Asunción" que foi gravado exatamente mesmo local onde bati a foto anterior.


Sede do Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul.

Depois de almoçar e experimentar as cervejas do Paraguai, voltei para a Expo Maratón e filmei os últimos shows antes de jantar.



Tive a oportunidade de registrar a grande apresentação de uma das mais famosas cantoras do Paraguai, ele se chama Lizza Bogado, veja que bela interpretação.


O dia da corrida
Esta maratona teve um belo pórtico de largada...
...um belo "maratonmóvel"...
...velhos amigos brasileiros...
...e novos amigos paraguaios.
O espirito da corrida é universal, e sempre unirá as pessoas de várias nacionalidades, religiões e classes sociais.
A brasileira Janete Barbosa, a argentina Gabriela Almada e a brasileira Andrea Celeste.
O queniano Titus Kipkosgei e a queniana Nancy Kipron Jepkosgei.

Tivemos a honrada presença do Presidente da República do Paraguai Fernando Lugo.

















A Equipe Baleias fez questão de estampar a bandeira do Brasil nas costas em tamanho maior, estavamos passando pela "Plaza Uruguaya", da para ver ao fundo a direita parte do "Ferrocarril".
Resolvi "mudar de marcha" para fotografar o Miguel e Wu passando em frente do "Ferrocarril".
Marcelo Jacoto segurando a bandeira do Brasil, tendo ao fundo novamente Miguel e Wu e o "Panteón de los Heróes".
Correr em frente ao "Panteón de los Heróes" não tem preço.
Por praticamente todo o percurso viamos uma torcida muita simpática e animada sempre dizendo a palavra "Fuerza", repare o belo simbolo do Bicentenário da Independência com a cores da bandeira do Paraguai amarrado no cabelo da atleta do meio, na faixa esta escrito "Todos podemos llegar lejos" que significa "Todos nós podemos ir longe", alguém duvida?
Passamos por "La Catedral Metropolitana de Asunción".
A bandeira do Paraguai estava sendo exibida por toda parte.
Passamos também pela parte oposta do "Ferrocarril", onde podemos observar a substituição da linha ferrea por asfalto, triste fato que também aconteceu em várias partes do Brasil.

"Asunción" realmente surpreende de maneira positiva, principalmente aos que apreciam a "arquitetura historicista" como eu, repare nos detalhes das construções.




Boa sinalização avisando aos "camisas brancas" que iam correr 10 km para retornar.
Aqui vemos os "camisas vermelhas" da maratona e os "camisas azuis" da meia-maratona, que estavam curtindo o belo visual da avenida bem arborizada.
Um dos vários postos de hidratação pelo caminho, este era da Powerade.
Um dos simpáticos staffs da prova.
A maioria dos corredores não perceberam que passaram em frente do Cemitério da Recoleta o mais tradicional e antigo de "Asunción".
Os conquistadores espanhóis deixaram suas marcas no idioma, na religião e também num dos maiores supermercados da cidade.
Tigo é uma das principais operadoras de celular do Paraguai e também estava patrocinando a maratona.
Parei num dos postos da Petrobras para fazer um "pit-stop" (risos).
Daqui em diante só quem continua em linha reta são os valentes "camisas vermelhas", mas os "camisas brancas" e os "camisas azuis" também merecem nosso aplausos, vos ofereço minhas onomatopaicas palmas.
Clap!, Clap!, Clap!, Clap!, Clap!, Clap!, Clap!
Logo vemos o primeiro maratonista cadeirante voltando para completar os 42km, ele é brasileiro e se chama Carlos Roberto Oliveira e fez o incrível tempo de 02:05:34. Clap!, Clap!, Clap!, Clap!, Clap!, Clap!, Clap!
Aqui vemos um bom grupo bem ritmado.
Consegui fotografar o brasileiro Elias Rodrigues Bastos voltando, ele foi o grande campeão da Maratona completando com o tempo de 2:27:51, mais aplausos. Clap!, Clap!, Clap!, Clap!, Clap!, Clap!, Clap!
Também registrei a volta da argentina Gabriela Almada voltando para ser a grande campeã feminina da Maratona completando com o tempo de 2:55:02, vamos pessoal, mais aplausos. Clap!, Clap!, Clap!, Clap!, Clap!, Clap!, Clap!
Somente os "camisas vermelhas" tiveram o privilégio de correr em frente da imponente "Confederación Sudamericana de Fútbol", nesse momento os maratonistas estavam correndo na cidade de Luque (Grande Assunção), o aeroporto também fica nessa cidade.
Carlos Hideaki estava correndo muito bem, mais uma vez não consegui alcança-lo.
Incentivei, ou melhor eu aticei o Wu (risos) e falei "vai alcançar o Hideaki que ele ta perto", ele até conseguiu passar ele, mas depois o Hideaki passou ele de novo.
Até que enfim cheguei na metade da prova.
Minha primeira visão do "Aeropuerto Internacional Silvio Pettirossi"
Na volta encontro o Esio...
...e a ultramaratonista Elisete indo completar a metade da prova.
Na volta recuperamos as energias com mais doses de Powerade e de simpatia dos staffs locais.
Em "Asunción" como na maioria das cidades hispano-americanas as estudantes ainda usam os uniformes escolares, me fez lembrar as novelas mexicanas.
A maioria dos ônibus de Assunção são decorados ao gosto do motorista, do mesmo jeito que os caminhoneiros brasileiros enfeitam seus caminhões.
O título dessa foto poderia ser "Amigos para siempre".
Agora vejo uma luz no fim do túnel (risos).
Foram quase cinco horas correndo e ainda tive o privilégio de ver torcedores aplaudindo.
Sempre gostei de registrar o relógio e o ambiente do pórtico na chegada.
Finalmente posso mostrar para vocês a foto oficial da chegada da minha primeira maratona fora do Brasil, o tempo oficial (líquido) foi de 4:51:19.
A estrutura médica também era exemplar.

Vários fisioterapeutas estavam em prontidão para atender os maratonistas.

Hideaki, Esio, a vice-campeã feminina da maratona Janete Barbosa, Miguel, Tinil, a organizadora Myrta Doldán e eu.
Detalhe do ex "Cabildo del Congreso de Paraguay", atualmente convertido em Museu.

Depois fomos para hotel, tomar banho para depois começar a grande confraternização, logo que cheguei já estavam brindando no restaurante do Hotel Chaco.

Depois todos fomos convidados para um almoço de confraternização na residência da organizadora Myrta Doldán, confira quem foi, dessa vez é muita gente para eu citar nomes, prefiro apenas mostrar as fotos para não correr o risco de esquecer ninguém.


Nessa foto eu fiz questão de sair, estou no canto direito.

Todos os corredores que estão na lista de classificação tem a disponibilidade de imprimir este belo "Certificado de Participación" em alta resolução.

Todas as fotos que fiz da "Maraton del Bicentenário" já estão no site oficial da prova com os meus devidos créditos.

Ligações externas

Fotos do "Maratón del Bicentenário"
Site oficial do "Maratón del Bicentenário"
Artigo sobre Assunção
Artigo sobre o Paraguai
Relação das 27 maratonas e 3 ultramaratonas que participei
Meus endereços para contato